1500 – Leonardo da Vinci inventou uma calculadora mecânica. Foi a primeira máquina desenvolvida para efetuar operações matemáticas simples.
1557 – Girolamo Cardano (1501-1576), usando um alfabeto de 24 letras, em que I = J e U = V, elaborou um alfabeto triliteral, ou seja em que cada letra era representada por 3 letras: a, b e c.
Letra | Cardano | Letra | Cardano |
A | aac | N | ccb |
B | aab | O | cba |
C | aca | P | cbc |
D | acc | Q | cbb |
E | acb | R | baa |
F | aba | S | ccc |
G | abc | T | bac |
H | cac | U – V | bab |
I – J | abb | W | bbb |
K | cab | X | bca |
L | caa | Y | bcc |
M | cca | Z | bcb |
1605 – No início do século seguinte, interessado em um modo de camuflar mensagens, Francis Bacon (1561-1626) criou um alfabeto biliteral, com um código binário. O método foi detalhado no capítulo 1 do livro VI de “The Advancement of Learning”.
Bacon, com o mesmo alfabeto, atribuiu um grupo de 5 caracteres compostos apenas pelas letras “a” e “b”.
Na tabela que se segue, além da notação usada por Bacon, as letras a e b foram substituídas por 0 e 1, para destacar a semelhança com o sistema binário atual.
Letra | Bacon | binário | Letra | Bacon | binário |
A | aaaaa | 00000 | N | abbaa | 01100 |
B | aaaab | 00001 | O | abbab | 01101 |
C | aaaba | 00010 | P | abbba | 01110 |
D | aaabb | 00011 | Q | abbbb | 01111 |
E | aabaa | 00100 | R | baaaa | 10000 |
F | aabab | 00101 | S | baaab | 10001 |
G | aabba | 00110 | T | baaba | 10010 |
H | aabbb | 00111 | U – V | baabb | 10011 |
I – J | abaaa | 01000 | W | babaa | 10100 |
K | abaab | 01001 | X | babab | 10101 |
L | ababa | 01010 | Y | babba | 10110 |
M | ababb | 01011 | Z | babbb | 10111 |
Assim, é um alfabeto binário, pois são usadas apenas duas letras para a formação dos grupos. Tem 5 bits pois os grupos são formados por 5 letras.
1614 (?) – John Napier (1550-1617), um nobre escocês de Edimburgo, e inventor dos logaritmos, um recurso matemático que possibilitou que a multiplicação e a divisão de números enormes sejam reduzidas às simples operações de adição e subtração.
Em 1617 também inventou a “Tábua de Napier”, conhecida como “Ossos (ou bastões) de Napier”. Consistia em tabelas de multiplicação gravadas em bastões, para evitar a memorização da tabuada.
O instrumento utilizava um conjunto de 9 bastões, um para cada dígito, que transformavam a multiplicação de dois números numa soma das tabuadas de cada dígito. Eles continham vários quadrados com números. Ao ajustar os quadrados, podia-se multiplicar e dividir os números.
Nessa época um professor de geometria em Oxford, Henry Briggs, publicou um livro sobre logaritmos e criou uma Tábua de logaritmos com até 14 decimais.
1623 (?) – A primeira máquina aritmética, o “Relógio Calculador”, foi construída por Wilhelm Schickard (1592-1635), um amigo do astrônomo Johannes Kepler, em Tubingen, Wuerttemberg (atual Alemanha).
A calculadora mecânica combinava o conceito dos “Bastões” de Napier com um adicionador que possibilitava multiplicar números de 6 dígitos. Tinha dispositivos que permitiam a memorização de resultados dos cálculos intermediários e um sino que soava quando os cálculos excediam a capacidade da máquina.
As operações eram feitas acionando-se uma manivela que girava e os números mudavam. Essa máquina foi perdida durante a Guerra dos 30 anos. Entretanto, foi encontrada uma descrição em uma carta que Schickard enviou a Kepler, após ter permanecido desconhecida durante muitos anos.
Assim, atribuía-se a Blaise Pascal (1623-1662) a construção da primeira máquina calculadora.
1621/1633 – O sacerdote inglês William Oughtred representou os logaritmos de Napier em escalas (de madeira, marfim ou outro material), chamando-os de círculos de proporção. O dispositivo tinha duas peças planas de madeira com escalas de números a distâncias proporcionais a seus logaritmos. Uma corria sobre a outra e dependendo da direção, poder-se-ia ter resultados de multiplicação ou de divisão. Não era muito precisa, mas prestando-se atenção ao ponto decimal, a régua de calcular permitia aproximações que geravam respostas adequadas. Este dispositivo originou a régua de cálculo, usada por engenheiros nos séculos XIX e primeira metade do século XX, antes das calculadoras de bolso.
1640 – Lenoir Gravet criou a régua de cálculo, composta por uma régua fixa e outra deslizante que já era capaz de efetuar as quatro operações básicas. Como os logaritmos são representados por traços na régua e sua divisão e produto são obtidos pela adição e subtração de comprimentos, a régua é considerada o primeiro computador analógico da história.
Mais de 200 anos depois, em 1850, um oficial da artilharia francesa, Amadeu Mannheim, adicionou-lhe um cursor lateral duplo móvel, dando a aparência atual à régua.
1642 – O filósofo, físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) inventou uma calculadora, a “Pascaline”, que utilizava rodas dentadas para efetuar as operações básicas.
O equipamento tinha 10 posições (de 0 a 9) e, cada vez que uma engrenagem passava da posição 9 em direção à posição 0, a engrenagem a esquerda avançava uma posição, fazendo somas e subtrações com números até 8 dígitos.
Foram vendidos vários exemplares, mas a calculadora era cara e requeria muita prática para ser utilizada.
1673 (?) – Gottfried Wilhelm Von Leibniz (1646-1716), um matemático alemão inventou o Cálculo, introduzindo o conceito de realizar multiplicações e divisões por meio de adições e subtrações sucessivas.
Ele criou a Roda de Leibnitz, usando uma engrenagem cilíndrica dentada. Era uma máquina de calcular que efetuava as quatro operações matemáticas (soma, subtração, divisão e multiplicação) e, ainda, o cálculo de raiz quadrada.
A calculadora usava dois contadores: um para efetuar a adição e outro para determinar o número de operações. Tinha alavancas para entrada de dados, indicador de resultados e um contador de rotações. Era baseada em um cilindro com caminhos dentados individuais, denominado de “roda de Leibniz” ou “tambor de cadência”. Em 1694, Von Leibnitz construiu a primeira de quatro calculadoras funcionais, mas era um instrumento muito difícil de operar.
1700 (?) – Isaac Newton (1643-1727) em sua “Teoria Gravitacional” despertou grandes desafios matemáticos, entre eles o Problema dos Três Corpos – o Sol, a Terra e a Lua, cuja solução era incrivelmente difícil e enfadonha, porque envolvia cálculos repetitivos. Isso impulsionou o desenvolvimento de máquinas de calcular.
1703 (?) – Von Leibnitz descreveu um sistema binário, utilizando os símbolos 0 e 1 e desenvolveu a Lógica em um sentido formal e matemático, documentado em seu artigo “Explication de l’Arithmétique Binaire”.
Em seu sistema, os símbolos 0 e 1 já representavam conceitos como verdadeiro e falso, ligado desligado, válido e inválido.
1725 – Basile Bouchon trabalhava com seda em teares em Lyon, França.
Ele desenvolveu a primeira aplicação industrial de uma máquina semi-automática, ao inventar um tear mecânico controlado por uma larga fita de papel perfurado. Era filho de um criador de instrumentos musicais como o órgão e automatizou parcialmente o processo de recuperação dos fios utilizando cordas.
Três anos depois, seu assistente Jean-Baptiste Falcon ampliou o número de cabos que podiam ser manipulados.
1770 (?) – Pierre Jaquet-Droz (1721 – 1790) foi um relojoeiro suíço que viveu em Paris, Londres e Genebra, onde projetou e construiu bonecos animados, ou autômatos, como publicidade para sua empresa que vendia relógios e pássaros mecânicos.
Juntamente com seu filho Henri-Louis (1752-1791) e Jean-Frédéric Leschot fabricou muitas peças, entre 1768 e 1774, entre as quais destacam-se: a musicista (2.500 peças), a desenhista (2.000 peças) e o escritor (6.000 peças).
Os autômatos humanoides, os relógios musicais extremamente decorados. por eles construídos são considerados alguns dos melhores exemplos de resolução de problemas mecânicos, incluindo três bonecas que executam ações reais e complexas e que estão, ainda funcionais, no museu de Neuchâtel (Suíça).
Os autômatos tem um dispositivo de entrada para definir guias que formavam a memória programável, câmaras que representam o programa apenas para leitura e uma caneta de pena para a saída. Algo semelhante a uma caixa da música ou um tear de Jacquard. Talvez, até um rolo em um fonógrafo.
Mas, ainda não havia nenhuma unidade de processamento, nenhum armazenamento dinâmico e não eram tomadas decisões baseadas em trabalho precedente.